sábado, 3 de julho de 2010


VIAGEM

Transcorri o mar.
Durante todo o percurso não procurei
Achar o balanço do insano amor.
Transcorri o mar sem o propósito do amor,
Todavia com o escopo do não chegar,
Em circunscrições do desvestimento
E das ornadas noites que
Não se deixa dormir,
Sonhar amores.
A travessia pelo mar encantou
Demasiadas nostalgias
Sentadas nas cadeiras do Ferry-Boat.
E navegando fomos,
Em direção ao Cujupe,
E eu, talvez só eu,
Naveguei em outra direção,
Até sem direção,
Em ondas quietas dos ares
Que há tempo não sentia, se quer
Os teriam embotelhados para mim,
Neste meu ser que embotelhado já é.
Sobre o mar íamos.
E as ruas que conheço já se esqueciam
Em reciprocidade comutativa a
Remover toda a estrutura fincada, fixa,
Alavancando um melisma enjoativo
Nas vísceras de Junho.
E sobre o mar fomos,
Tentando encontrar intumescências
Nos Guarás.
E fomos sobre o mar.
Anderson Costa

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