quinta-feira, 8 de julho de 2010

HOJE APRENDI UM POUCO


Hoje aprendi um pouco do bê-á-bá
Proveniente de uma vertical enseada
Na véspera do meu enterro,
Em naus: só fuligens!
Vi que as lembranças não me deixam
Melisma: apenas praxe!
E só o fato de desconhecer não enseja
A santidade, na base de algo que qualquer é.
De qualquer jazigo se apercebe a superioridade.
Um cheiro, um aroma sarcástico, vejo,
Sinto: evaporo!
E a noite se faz perfume feminino
Neste quarto em negrume, a voar estrumes,
Tombos e cotidianos: tudo fenecido!
Afundo-me na movediça mesa, alagada de mim,
E não acho solilóquios, apenas ladainhas recortadas
E anúncios comerciais.
Caem partes despedaçadas e se incrustam em sacos,
Em vácuos, em molduras de retratos.
Não vejo mais em espelhos toda a insanidade adjacente,
E ainda procuro o coaxar de intumescências:
Sinas nas paredes, marcas passadas, sujeira resvalada!
Uma ânsia de se jogar rente à clandestinidade das esquinas,
Prever todo o ardor: em quê?
Na avenida em pedregulhos, acampar sob todas
As bimbalhadas dadas às dezesseis horas.
Afaga-se o eriçado, ignomínias interpeladas,
Tragos de cigarros indecisos e mesmo assim
Ainda não sei o que fazer.
Anderson Costa

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